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domingo, 4 de outubro de 2009

Neg?cios


Com apenas dois avi?es, o comandante M?rio Moreira agita o mercado ao anunciar rota entre o Rio de Janeiro e S?o Paulo Jos? Sergio Osse Moreira (de branco): ex-coronel usou experi?ncia como consultor para criar a Team
A Ag?ncia Na cional de Avia??o Civil (Anac) assegura que n?o h? nada certo. Mesmo assim, uma pequena empresa a?rea, com frota de apenas dois avi?es, agitou o mercado de transporte a?reo nacional na semana passada. A carioca Team Linhas A?reas virou o assunto do momento ao anunciar o lan?amento de uma rota alternativa ? ponte a?rea Rio-S?o Paulo. Sua inten??o ? ligar as duas cidades pelos aeroportos de Jacarepagu?, no Rio, e Campo de Marte, em S?o Paulo. A pol?mica estourou imediatamente, com reclama??es generalizadas, incluindo as feitas pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). Para o fundador e presidente da companhia, o coronel aviador da reserva M?rio Moreira, a liga??o, al?m de estar de acordo com a legisla??o vigente, ? uma forma de democratizar o uso dos dois aeroportos.

Moreira vive e respira avia??o desde os 15 anos de idade, quando entrou na Academia da For?a A?rea (AFA), da qual saiu formado piloto de jatos F-5. Com algum tempo de servi?o militar, foi transferido para o Primeiro Grupamento de Avia??o de Ca?a, na cidade ga?cha de Santa Maria. Permaneceu ali at? atingir o posto de coronel aviador e de l?der de esquadr?o. Ao mesmo tempo, come?ou a cursar economia na faculdade da cidade e, ap?s se formar, decidiu abandonar a carreira militar, em 1995. Sua primeira miss?o fora da Aeron?utica foi comandar uma consultoria de neg?cios em avia??o civil, ?rea na qual se especializou. "Ajudei a desenvolver o plano de neg?cios da maioria das mais novas companhias a?reas regionais do Pa?s, como a Trip e a Passaredo", diz. O trabalho despertou em Moreira o interesse em criar sua pr?pria empresa a?rea. Faltava apenas um avi?o ideal para colocar em pr?tica o que ele tinha em mente.
"Durante uma consultoria para um banco, que queria avaliar a possibilidade de oferecer leasing aeron?utico para o Brasil, conheci o LE T 410", conta Moreira. Embora fabricado na Rep?blica Tcheca, o avi?o tinha todas as caracter?sticas de uma aeronave ocidental. "Ele oferecia excelente qualidade t?cnica para voos regionais e um pre?o imbat?vel", diz. Com o fim da Uni?o Sovi?tica, os pre?os dos avi?es estavam muito baixos, ainda que utilizassem equipamentos (avi?nicos) ocidentais de ponta. "Basicamente, o pre?o era t?o baixo que voc? pagava pelos avi?nicos e levava o avi?o de gra?a", diz o coronel. Em 2001, Moreira conseguiu recursos suficientes para adquirir o primeiro LE T 410 e dar in?cio ? Team. Sua proposta inicial era oferecer liga??es para cidades tur?sticas no Rio de Janeiro, como Paraty e Angra dos Reis. "Tive muita sorte", afirma. "Naquela ?poca, muita gente da Petrobras estava se mudando do Rio para Maca?, e fiz um acordo com a empresa", diz. "Para garantir a rota, a Petrobras se comprometeu a comprar tr?s assentos em todos os meus voos para Maca?." Em pouco tempo, a empresa cresceu, expandiu sua malha e incorporou mais duas aeronaves. Em 2006, Moreira vivenciou uma trag?dia. Em um voo entre o Rio e Maca?, um de seus avi?es bateu na Serra do Mar durante mau tempo, matando todos os 19 ocupantes."Foi mais dif?cil sobreviver ao acidente do que come?ar a empresa."
A Team sobreviveu. No in?cio de 2009, Moreira decidiu que era hora de criar uma nova ponte a?rea entre S?o Paulo e Rio ao saber da decis?o da Anac de liberar as opera??es em qualquer aeroporto do Rio. "Isso abriu caminho para essa rota que vamos abrir", diz o coronel. Hoje, para abrir uma rota a?rea, basta que haja disponibilidade nos aeroportos de destino e origem e que a opera??o seja comunidada ? Anac. Para ele, toda a pol?mica em torno do projeto se deve a interpreta??es equivocadas de suas proposta. "N?o se trata de mudar a ponte a?rea do Santos Dumont para Jacarepagu?, mas dar uma alternativa para quem mora na Barra da Tijuca." Para especialistas, o problema ? o precedente que a nova rota pode criar. "Se uma empresa oferecer o servi?o, outras tamb?m v?o querer oferecer", afirma Resp?cio do Esp?rito Santo, pesquisador do Instituto Brasileiro de Estudos Estrat?gicos e de Pol?ticas P?blicas em Transporte A?reo (Cepta), da UFRJ. "A quest?o ? que esses dois aeroportos n?o t?m capacidade para receber voos regulares frequentes." Moreira tamb?m pode enfrentar outra dificuldade.

Uma das op??es sugeridas no projeto do trem-bala, que liga S?o Paulo ao Rio, ? usar o Campo de Marte como esta??o. Se isso ocorrer, o aeroporto pode ser desativado.

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