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sábado, 1 de agosto de 2009

O segredo por trás dos resultados da Yves Saint Laurent

GESTÃO DE NEGÓCIOS | Moda e Acessórios
Por Patricia Gaspar - 25/06/2009
Crise? A Yves Saint Laurent sabe bem o que é isso. “Sempre estivemos em crise”, disse Valerie Hermann, que assumiu o cargo de CEO em 2005, logo depois da YSL ter divulgado um prejuízo de mais de 75 milhões de euros.

Enquanto comentava os resultados sobre 2008, Valerie era uma mulher sorridente, porque hoje os tempos são outros. Segundo o último relatório divulgado pelo Grupo Gucci, a YSL conseguiu atingir a lucratividade contra todas as expectativas, num ano em que todo o setor do luxo sentiu os impactos de uma crise mundial. O mais surpreendente é que a marca vem registrando um crescimento de dois dígitos na receita desde 2005 sem que nenhuma nova loja tenha sido inaugurada. Para se ter uma idéia, a YSL tem sido a única marca do Grupo Gucci a crescer de forma orgânica. Qual o segredo da façanha? Controle nos custos e estratégias de penetração de mercado.

reprodução

O desenvolvimento de novos produtos, principalmente no segmento de acessórios em couro onde as margens são mais altas, teve um papel fundamental na rentabilidade da empresa. Conhecida somente pela bolsa Mombasa, que foi lançada ainda na época em que Tom Ford era o diretor de criação, hoje a YSL possui uma linha de roupas, bolsas, sapatos e pequenos objetos em couro. Atualmente os produtos em couro representam 36% da receita. Moda e calçados representam 31% e 17% respectivamente.

O segmento masculino também recebeu investimentos com o desenvolvimento de uma linha mais completa de produtos. Valerie acredita que este segmento ainda possui um potencial enorme.
reprodução

A comunicação foi outro fator fundamental nesse processo. Sob o design de Stefano Pilati, a YSL se tornou a marca do Grupo Gucci que mais consegue presença em editoriais de moda.

Agora que saiu do vermelho, a marca planeja investir na inauguração de novas lojas nas cidades de Hong Kong, Taiwan e Singapura. A estratégia de penetração de mercado também está por trás da decisão de expandir o e-commerce para a Europa, após um lançamento promissor no mercado norte-americano.

Além de ampliar sua presença nos mercados onde atua, a YSL deverá adotar a estratégia de desenvolvimento de mercado, fincando sua bandeira em mercados que são novos para marca, entre eles o Brasil. Atualmente, a Europa representa 57% das vendas da marca, contra uma fatia de 21% da América do Norte, 13% da região Ásia-Pacifico e 7,5% do Japão, onde as vendas cresceram 10% no ano passado.

Valerie acredita que ter saído do vermelho é apenas o primeiro passo. O objetivo, segundo ela, é atingir um lucro de dois dígitos ao lado de outras marcas européias. “Ainda temos muito o que fazer”, disse a executiva.

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